"Gimli ficou de pé apoiando-se no parapeito do muro. Legolas estava sentado em cima do parapeito, manuseando o arco e espiando na escuridão.
- Isso está mais ao meu gosto - disse o anão, pisando firme nas pedras. - Meu coração se alegra quando nos aproximamos das montanhas. Há boas pedras aqui. Esta terra tem ossos resistentes. Senti-os em meus pés quando viemos do dique. Se me dessem um ano e cem anões de meu povo, eu faria disto aqui um lugar contra o qual os exércitos se arrebentariam como água.
- Não duvido disso - disse Legolas. - Mas você é um anão, e anões são pessoas estranhas. Não gosto deste lugar, e gostarei menos ainda à luz do dia. Mas você me consola, Gimli, e estou feliz em tê-lo ao meu lado, com suas pernas fortes e seu machado resistente. Gostaria que houvesse mais pessoas de seu povo entre nós. Mas mais ainda eu daria por uma centena de arqueiros da Floresta das Trevas. Vamos precisar deles. Os rohirrim têm homens que são bons arqueiros à sua maneira, mas há muito poucos aqui, muito poucos.
- Está escuro para o uso dos arcos - disse Gimli. - Na verdade, está na hora de dormir. Dormir! Sinto necessidade disso, como nunca pensei que um anão sentiria. Cavalgar é um trabalho cansativo. Mesmo assim meu machado está inquieto em minhas mãos. Dê-me uma fileira de pescoços de orcs e um espaço para me movimentar, que todo o cansaço abandonará meu corpo."
- As Duas Torres, O Abismo de Helm, página 175,176.
Ilustração: John Howe
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