25/03/2015

Eöl, o elfo-escuro

O Silmarillion, De Maeglin, páginas 163 e 164
"(...) Naquele bosque, em eras passadas, Melian caminhara no crepúsculo da Terra-média, quando as árvores eram novas e um encantamento ainda pairava sobre ele. Agora, porém, as árvores de Nan Elmoth eram as mais altas e escuras de toda a Beleriand; e ali o sol nunca penetrava. Ali residia Eöl, que era chamado de elfo-escuro. Outrora, ele pertencera à linhagem de Thingol, mas em Doriath se sentia irrequieto e pouco à vontade; e, quando o Cinturião de Melian circundou a floresta de Region, onde ele morava, ele fugiu para Nan Elmoth, onde passou a viver nas sombras profundas, apaixonado pela noite e pela penumbra sob estrelas. Eöl evitava os noldor, considerando-os culpados por Morgoth ter voltado a perturbar a tranquilidade de Beleriand; mas dos anões ele gostava mais do que qualquer outro elfo de outrora. Como ele, os anões vieram a saber muito do que se passava nas terras dos eldar.

Ora, o trajeto dos anões ao descerem das Montanhas Azuis seguia duas estradas que atravessavam Beleriand Oriental, e a trilha do norte, que se dirigia ao Vaus do Aros, passava perto de Nan Elmoth . Ali Eöl se encontrava com os naugrim e conversava com eles. E, à medida que sua amizade se fortaleceu, ele às vezes se hospedava nas profundas mansões de Nogrod ou de Belegost. Lá aprendeu muito sobre o trabalho com metais e adquiriu grande habilidade nessa atividade. Criou um metal tão resistente quento o aço dos anões, mas tão maleável que era possível fazê-lo fino e flexível, embora continuasse resistente a qualquer lâmina ou dardo. Deu-lhe o nome de galvorn, pois era negro e brilhante como o azeviche, e Eöl se vestia com ele sempre que saía de Nan Elmoth. Contudo, Eöl, apesar de encurvado em virtude do trabalho de ferreiro, não era nenhum anão, mas um elfo alto, de importante linhagem teleri, nobre, embora de expressão carrancuda; e seus olhos viam longe nas sombras e nos cantos escuros. E ocorreu que ele enxergou Aredhel Ar-Feiniel enquanto ela vagava por entre as árvores altas perto dos limites de Nan Elmoth, um brilho branco na terra sombria. Belíssima ela lhe pareceu, e ele a desejou. Lançou, então, suas encantamentos sobre ela para que não conseguisse encontrar saída; mas que se aproximasse cada vez mais de sua morada nas profundezas do bosque. Ali ficavam sua oficina de ferreiro, seus salões sombrios e os criados que possuía, silenciosos e reservados como seu senhor. E, quando Aredhel, exausta de caminhar, chegou finalmente às suas portas, ele se revelou, acolheu-a e a conduziu para dentro de sua casa. E ali ela ficou, pois Eöl a tomou como esposa, e demorou muito até que algum parente de Aredhel voltasse a ter notícias dela."

25 de março, dia de ler Tolkien

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