30/03/2015

A Partida de Boromir


"(...) Estava sentado e recostado numa grande árvore, como se descansasse. Mas Aragorn viu que ele estava perfurado por muitas flechas com plumas negras; ainda se via a espada em sua mão, mas estava quebrada no punho. A corneta, partida em duas, descansava ao seu lado. Viu muitos orcs abatidos, empilhados em toda a volta e aos pés de Boromir.

Aragorn ajoelhou-se ao lado dele. Boromir, abrindo os olhos, esforçava-se para falar. Finalmente, lentas palavras afloraram . 
- Tentei tirar o Anel de Frodo - disse ele. - Sinto muito. Paguei por isso. - Seu olhar desviou para os inimigos caídos; pelo menos vinte. - Eles se foram; os Pequenos; os orcs os levaram. Acho que estão mortos. - Fez uma pausa na qual seus olhos se fecharam de cansaço. Depois de um momento, falou outra vez.
- Adeus, Aragorn! Vá para Minas Tirith e salve meu povo! Eu falhei.
- Não! - disse Aragorn, pegando-lhe a mão e beijando sua fronte. - Você venceu. Poucos conseguiram tal vitória. Fique em paz! Minas Tirith não sucumbirá!
Boromir sorriu.
- Para que lado foram? Frodo estava com eles? - perguntou Aragorn.
Mas Boromir não falou mais nada.
- Que pena! - disse Aragorn. Assim parte o herdeiro de Denethor, Senhor da Torre da Guarda! É um fim amargo. Agora a Comitiva está completamente desfeita. Fui eu quem falhou. A confiança que Gandalf depositou em mim foi em vão. Que farei agora? Boromir me incumbiu de ir a Minas Tirith, e o meu coração deseja a mesma coisa; mas onde estão o Anel e o Portador? Como poderei salvá-los e salvar a Demanda do desastre?"




- As Duas Torres, A partida de Boromir, páginas 6, 7.

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